Márcio-André
http://intradoxos.blogspot.com/2010/11/ruy-ventura.html


Tenho, cada vez mais, me emocionado menos com poesia. Mas eis que ainda me supreendo.




A ÁGUA SOBREVIVE
ao esplendor do mundo.
o assento
desmonta a paisagem.
a primeira dor aproxima-nos,
alimenta a força da corrente
- raiz e crescimento.



os arcos abateram.
a biografia reserva-nos
um pouco de sangue
na confluência
do medo
com a memória.



recorda-nos que o rio
escreveu
a morte e a viagem.



desvia-nos do silêncio.
acompanha o sono
até à nascente.



esta manhã não termina.
o assento faz-se. sem pausas.



teu nome, junto à foz,
resguarda-me



da morte.

3 comentários:

Alexandre Moraes disse...

Ruy, meu nome é Alexandre Moraes, sou brasileiro e professor da Universidade Federal do Espírito Santo. Leitor animado de poesia portuguesa e também escrevo textos em versos.
Deves saber, aqui no Brasil, sobretudo no Espírito Santo e mesmo quando morava no Rio de Janeiro (sou de lá e trabalho por agora no ES)comprar livros portugueses é tenebrosamente difícil. Márcio-André, meu bom e seguro editor, me fez descobrir a tua poesia genial que ainda por tudo de pedra em caminho farpado não havia lido. A água sobrevive!

Alexandre Moraes disse...

Ruy, meu nome é Alexandre Moraes, sou brasileiro e professor da Universidade Federal do Espírito Santo. Leitor animado de poesia portuguesa e também escrevo textos em versos.
Deves saber, aqui no Brasil, sobrfetudo no Espírito Santo e mesmo quando morava no Rio de Janeiro (sou de lá e trabalho por agora no ES)comprar livros portugueses é tenebrosamente difícil. Márcio-André, meu bom e seguro editor, me fez descobrir a tua poesia genial que ainda por tudo de pedra em caminho farpado não havia lido. A água sobrevive!

Ruy Ventura disse...

Obrigado, Alexandre. Conheço no seu estado um excelente poeta, Casé Lontra Marques. Mande-me o seu endereço para o meu mail ventura.1973@gmail.com Era bom trocarmos os nossos livros. Abraço!