EDUARDO AROSO
 
 
Poema da faca
 
(Em jeito de posfácio ao posfácio
de António Cândido Franco a Contramina de Ruy Ventura)
 
Em todo o caso ela divide a força
Corte dissonante chamando o ser,
Antítese além-sangue
Para mais ver.
Impossível é separar a alegria
Chispa do momento,
A circulação maior que ninguém corta
Nas artérias intocáveis do vento…
 
A faca ressurgiu, Fénix primeira,
Existindo para cortar a rima do mundo
Separando de abundância a poesia!
A verdade da voz que há na faca
É maior que o seu tamanho:
Antes do punho e da ponta
É o modo como corta ou fala.
 

 
Coimbra, 16-4-2013
Publicado em:
http://circuloantoniotelmo.wordpress.com/2013/04/17/um-poema-inedito-de-eduardo-aroso-7/
(consultado a 17/4/2013)

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